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Apabb conta com professor com Síndrome de Down em aulas de judô
Graduado em educação física, Eduardo derruba estereótipos e dá show de superação
A funcionária do Banco do Brasil, em Porto Alegre (RS), Neuza da Cruz Leite só descobriu que seria mãe de um garotinho com Síndrome de Down ao dar à luz, em 14 de janeiro de 1991. A notícia foi dada pelo próprio pediatra que acompanhou a gestação, da pior maneira possível: “o seu filho tem mongolismo e isso não tem cura. O que você pode fazer por ele é dar alimentação, amor e ficar com a certeza de que nunca soltará da bainha da sua saia”. Ele realmente não imaginava do que o Eduardo Leite Bedin, carinhosamente chamado de Dudu, seria capaz.
A atitude brutal do profissional foi o pontapé inicial para que ela enfrentasse o desafio de buscar caminhos para viabilizar uma vida de autonomia e independência para Dudu. Pelo fato de ser filho de funcionários BB, seu pai também fazia parte do funcionalismo do banco, ele foi enquadrado no Capítulo 81 da CASSI, dedicado às pessoas com deficiência, recebeu estimulação precoce, fez acompanhamento de fonoaudiologia e psicopedagogia desde cedo. Neuza enfrentou as dificuldades da inclusão escolar, esbarrou com o preconceito, mas não desistiu de lutar.
Hoje, Dudu é o primeiro aluno com Síndrome de Down licenciado em Educação Física, pela UNOPAR Polo Rosário do Sul (RS), é um profissional registrado no CREF 2 (Conselho Regional de Educação Física do RS), atua como auxiliar em um Projeto de Esportes da Apabb RS, que desenvolve atividades para pessoas com deficiência, é judoca filiado à Federação Gaúcha de Judô, onde também trabalha voluntariamente, além de participar ainda da AJURGS - Associação Judoistica do RS, integra o Grupo Escoteiro Souza Lobo, onde atua como Chefe da Tropa Escoteira, e é membro da Associação dos Familiares e Amigos do Down - AFAD Porto Alegre.
Fugindo de qualquer estereótipo, dono de uma vida social e profissional ativa, Dudu namora, sonha com o casamento e com um trabalho efetivo na sua área de formação. Enquanto não acontece, segue na contramão de ideias ultrapassadas e mostra que lugar de pessoa com deficiência é onde ela quiser. Dudu é voluntário em diversas ações, entra elas, em um Projeto de Judô desenvolvido pela Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social de Rosário do Sul.
“Ser voluntário é permitir que as demais pessoas, principalmente aquelas com deficiência, tenham acesso às ações promovidas, uma vez que diminui o custo e abre a possibilidade de ofertas de gratuidade aos que tenham baixa renda. É trabalhar para que o esporte seja para todos, conta Dudu.
Apabb
Desde a fundação da instituição em Porto Alegre, em 1999, Dudu e sua mãe já participaram de inúmeras atividades e atuaram na construção de uma sociedade mais inclusiva. Hoje aposentada pelo BB, Neuza ocupa o cargo de Delegada Titular da Apabb RS, como voluntária, e o Eduardo tem um contrato por RPA, onde trabalha quatro horas por semana. Nas quintas-feiras atua como voluntário nas aulas de judô e nas sextas participa de um Projeto de Esporte dedicado a melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência e suas famílias.
A Apabb (Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade) é fruto do funcionalismo BB e oferece projetos de lazer, esporte e assistência social para todas as deficiências e para todas as pessoas, há mais de 30 anos. Anualmente, realiza mais de 100 mil atendimentos em 14 estados do Brasil, graças ao apoio de gente solidária, que acredita que normal é ser feliz. Conheça o trabalho da associação: www.apabb.org.br
21 de Março
O Dia Internacional da síndrome de Down foi proposto pela Down Syndrome International como o dia 21 de março, porque esta data se escreve como 21/3, o que faz alusão à trissomia do 21. A data serve para dar visibilidade à causa e celebrar a vida das pessoas com síndrome de Down.
Data de publicação: 21/03/2019