Notícias

Dia Internacional da Mulher

Numa época onde a inclusão e a igualdade são amplamente reivindicadas, e olhando para isso melhor, há coisas que só cabe à mulher. A maternidade é a mais representativa delas, pois só a mulher pode gerar uma nova vida. Ser mãe é transformador, e ser uma mãe com deficiência ou de uma pessoa com deficiência vem carregado de significados e desafios. 

Diante desses fatores conhecer as histórias de vida dessas mulheres, as quais, além de apresentarem os desafios próprios do ser mulher e ainda têm uma deficiência; devido a essas duas condições, a hipótese é a de que são duplamente discriminadas pela sociedade, fazendo com que a luta pela inclusão concreta seja uma constante e apontando para a revisão das políticas públicas no qual se proclama a educação inclusiva no âmbito do discurso, da legislação e da mídia.

Na família, a chegada de uma pessoa com deficiência é recebida de forma diferente daquele denominado normal.  A estrutura familiar fica, inicialmente, abalada por não saber como lidar com uma pessoa que precisará de cuidados mais peculiares e, devido a esse fato, por muito tempo as pessoas com deficiência eram marginalizadas e viviam limitadas apenas ao contexto familiar.

Recentemente, observa-se a luta da família no sentido de inseri-lo no âmbito social, especialmente por parte de suas mães, mulheres que por amor pesquisaram, procuraram descobrir meios para a melhoria de qualidade de vida do seu filho ou sua filha. Para tanto, enfrentaram prognósticos desfavoráveis quanto à necessidade de assegurar a todos uma vida normal, independente de sua compleição física, direitos a desfrutar plena convivência social.

Diante da luta pela inclusão, respeitando o ser na sua singularidade e na sua complexidade, é que se percebe a necessidade de conhecer as histórias de mulheres que fazem parte da Apabb. 

Dentre tantas mulheres que têm um papel importante na Apabb, destacamos este ano dois símbolos de reconhecimento:  Irenilde Guedes e Lecir Magalhães.

Irenilde, 73 anos, é umas das fundadoras do Núcleo Regional Ceará. Mulher de fibra e resiliente, Irenilde tem uma caminhada que atravessa a história da Apabb. Atualmente participa do projeto Pronas com a sua filha, Ivânia e sua história inspira as novas gerações de mulheres, que cada vez mais ocupam seus lugares de fala e lutam pela inclusão, por uma sociedade justa, menos patriarcal.

Lecir, 49 anos, é Delegada do Núcleo Regional Minas Gerais. Sua trajetória começou há pouco menos de 10 anos na Apabb, mas nesse tempo já mostrou sua superação em lidar com os desafios de ser mulher, mãe e um pessoa com deficiência. A palavra impossível não existe em seu vocabulário.

A seguir, acompanhe a entrevista que fizemos com elas:

Apabb – Como você se aproximou da Apabb? 

Irenilde: Desde a fundação, pela necessidade que senti quando minha filha nasceu com retardo neuropsico motor. 

Lecir: Em 2015 fiquei afastada do banco com uma lesão no braço, na época a Shirley, assistente social da Apabb Núcleo MG foi me fazer uma visita domiciliar.

Apabb – Como tudo começou?

Irenilde: Como toda mãe apavorada procurei o serviço médico do Banco doo Brasil, aquela época, assim chamado e fui orientada a participar do movimento.

Lecir: Gostei da instituição me tornei voluntaria e depois delegada do núcleo.

Apabb – Como mulher, qual foi o grande desafio para a sua vida pessoal?

Irenilde: Ter que enfrentar marido, trabalho, casa e outros filhos para me dedicar totalmente a minha filha. 

Lecir: Como mulher acredito que o maior desafio foi a maternidade meu grande sonho, hoje meu filho tem 26 anos, maior amor da minha vida.

Apabb – Como você definiria o empoderamento das mulheres?

Irenilde: Necessário e acima de tudo desafiador.

Lecir: O empoderamento da mulher se torna realidade quando acreditamos e batalhamos pelos nossos sonhos.  O Banco fez com que eu tivesse a independência financeira mudando completamente a minha vida.

Apabb – O que você diria a seu "eu" mais jovem?

Irenilde: Prossiga sempre, nunca desanime.

Lecir: Sempre fui determinada se voltasse na juventude eu diria que dei conta dos meus sonhos, eu venci. 

Apabb – Em algum momento chegou a pensar em desistir em meio aos desafios?

Irenilde: Nunca, até porque sempre tive o apoio da minha família.

Lecir: Os desafios fizeram parte da minha realidade sempre, mas desistir não mesmo que em alguns momentos a caminhada seja mais lenta.

Apabb – Quais foram as suas conquistas profissionais mais marcantes ao longo da carreira?

Irenilde: Nunca almejei grandes conquistas e as oportunidades que tive fui bem-sucedida.

Lecir: Minha maior conquista profissional foi ser funcionária do Banco do Brasil, ser formada em Magistério que me orgulho muito, graduada em Administração e pós em Gestão de Pessoas.

Apabb – O que você mais gosta de fazer fora do trabalho?

Irenilde: Servir como voluntária. Ajudar a quem precisa.

Lecir: Meu lazer preferido depois dos 45 anos são os audiolivros

Apabb – Quem é a maior influência em sua vida?

Irenilde: Meu marido, infelizmente já falecido, e agora meus filhos.

Lecir: Minha maior influência na minha vida Deus, minha mãe e meu filho.

Apabb – Por que o Dia Internacional da Mulher é importante?

Irenilde: Por que nos sentimos poderosas e valorizadas, então que seja comemorado como deve.

Lecir: O Dia Internacional das Mulheres é importante para reflexão onde o respeito é a base de tudo e o preconceito tem que ser abolido da nossa sociedade.

Apabb – Qual mensagem você gostaria de deixar para homens e mulheres no Dia Internacional da Mulher?

Irenilde: Que sejamos sempre fortes e orgulhosos das missões que nos sãos confiadas.

Lecir: Ser mulher, mãe, companheira, arrimo de família são para os fortes que acreditam nos próprios sonhos e não desiste de superar os desafios que a vida oferece.

 


Data de publicação: 08/03/2023

Cadastre-se para receber nossas novidades